Encontro de amor.

Encontro amoroso. 

Um certo Alexandre.

Estiveram juntos algumas noites dez anos antes, agora estava ali a sua frente mais velho, mais consistente. Havia estudado na França, morado na África, casado, descasado. Era um homem diferente do Alexandre que conhecera, pedante e frio. Calçava um tênis velho, se vestia com simplicidade. Havia algo agora nele que a capturava, atraia. Sutilmente foi se aproximando, diferente dos outros homens que tivera onde o sexo urgia, ele vinha mansamente, telefonava do interior onde morava, vinha pouco à cidade. No telefone queria saber mais dela,demonstrava cuidado: “ Está frio, coloque agasalho quando sair”. Há tanto tempo ela não ouvia palavras de carinho de um homem.
Um dia ele veio, trouxe vinho tinto e calçava tênis novo. Baixaram a luz da sala e conversaram até quase amanhecer, riram, havia cumplicidade. Não falaram do futuro, não havia presa, ela confiava nele, sentia-se segura, não divagava, mas sabia que seria bom estar com ele para sempre. Ele a amou mansamente, chamou-a de querida- ela sabia que não era fácil ele chamar alguém de querida- beijou seu sorriso dizendo que estava linda naquele angulo, talvez o amor a fizesse mais bela.
Encontraram-se outras vezes, amaram-se sem paixão.
Um dia ele ficou, dormiram juntos, ao amanhecer ele se levantou, deu-lhe um beijo, chamou-a de querida e saiu de fininho, ela pensou :” ele não quer me acordar” e fingiu dormir, não havia o que dizer.
Ela precisou viajar a trabalho por três dias. Ao chegar soube que ele estivera lá a sua procura, “parecia aflito”-disse o porteiro, não deixou bilhete, nada.
Nenhum telefonema, nenhuma carta, silêncio.
Ela nunca mais soube dele e nunca mais bebeu vinho tinto.

Escrevi este texto às pressas, nem reli direito, se tiver erros me aponte, eu gosto.
Boa tarde!