terça-feira, maio 10, 2005
Devastações.
Chagal.
Hoje eu queria postar o meu questionário ex-libris, mas como Inagaki mandou o recado via mail que postou o dele, mesmo sabendo que ele não iria pensar que estou competindo, achei melhor deixar para amanhã. competir com Ina? quem vai querer?
Ando pensando sobre o blog, preciso voltar a falar sobre isto, anda me incomodando, hoje tenho que sair, vou visitar um projeto social, querem que eu faça um trabalho com crianças pobres, prefiro trabalhar os pais das crianças, mas me disseram que é difícil se deslocarem, é lógico, trabalham, não têm dinheiro para ônibus. Quem sabe não convenço a empresa- uma escola suíça, Instituto Marie Jost- a fazer o trabalho lá na comunidade, eu acredito que a solução é esta, também acredito que é fundamental orientar os pais, não adianta só educar as crianças, temos que trabalhar com os pais.
Esta noite sonhei com uma onda Tsunami, tenho muito medo de ondas, adoro olhar o mar, sou contemplativa, mas tenho muito medo de mar, desde menina, me assusta tudo que não dá para dominar, o imprevisível. No sonho a onda vinha até a rua, o asfalto, onde eu estava e recuava, íamos ver se era uma Tisunami e precisávamos sair dali o mais rápido possível. Morei muito perto do mar quase sempre, no Rio, em Cabo Frio era assustador algumas vezes ouvir o mar batendo de madrugada, aqui em Natal é mais longe, vejo uma fileira de dunas altas lá na frente do mar. Ainda bem.
A catástrofe que abalou a Ásia me abalou muito também, fiquei deprimida, impossível não sofrer com toda aquela desgraça.
Mas por que onda gigante no sonho? já sofri o impacto e a devastação de algumas ondas na minha vida, duas delas me arrasaram, uma na infância,sinto até hoje resquícios do estrago, outra aos 42 anos.
Ontem recebi de um amigo a historinha, lenda, de um lavrador que tem um cavalo, o cavalo cai num poço sem água e não consegue sair, chora muito. Desesperado o lavrador convoca os vizinhos para jogar terra sobre o cavalo para enterrá-lo vivo, o cavalo a cada pá de terra, se sacode e pisa sobre a terra elevando o solo e sai trotando do poço. Moral da história, é preciso saber usar as cacetadas- não achei palavra melhor, sorry- que a vida nos dá para sair melhor da situação. Mas que é difícil, é. Passei muitos anos no divã e até hoje não me curei, quem disse que estas dores curam? apenas ficam lá no escurinho, em silêncio até que algum gesto, uma palavra ríspida, traga a lembrança à tona, mas agora já não nos devasta mais. Ainda bem.
Bom dia!
Namastê.
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