Mesmo velho-fascinante.
A vida como ensaio.
Vittorio Gassman, ator extraordinário, disse numa entrevista que deveríamos viver duas vezes, uma seria ensaio, como no teatro, a segunda seria para valer, seria fantástico, não é?
Agora me diga “se fosse possível viver novamente o que você faria diferente?” Pense primeiro, não é tão fácil quanto parece.
Às vezes, digo, irrefletidamente, para meus meus filhos: “Se eu tivesse casado com fulano...”, o filho mais novo responde na lata, como faz sempre: “Aí a gente não existia, você não gosta da gente?”.
Pronto, acabou com a minha brincadeira. Mas se eu pudesse recomeçar teria uma infância feliz, a minha foi péssima, isto teria sido decisivo para que a vida tivesse sido mais fácil.
É engraçado, até os 30 anos eu não queria compromisso com nada, nem ninguém, quando foram chegando os 40 eu fui mudando, descobrindo que poderia ser diferente, descobri que vivia um equívoco, pois eu queria, e muito, ter filhos. Eu levantara, até então, a bandeira de que filhos tiravam a liberdade, etc e tal. Eu os tive, corajosamente, depois dos 40- quando ainda não era moda as mulheres depois dos 36 terem filhos-ouvi coisas desagradáveis do médico, tentou me assustar para fazer cesariana, fiz partos normais depois dos 40/42 anos, foi fantástico, facílimo, nem sonhava que era boa parideira.
Os meus 40 foram anos decisivos, filhos, mudanças incríveis- minhas amigas me estranham, estou vivendo de maneira diferente, mudei meu cotidiano, muito.
Acredito que podemos mudar o rumo de nossas vidas a partir de uma certa maturidade, é possível escolher caminhos com mais clareza, menos neuroses, eu disse maturidade e não idade.
Escolhas implicam em perdas, sempre, por isso é tão difícil fazer escolhas e mudanças.
Outra hora eu continuo minhas reflexões aqui, preciso sair.
Hoje é domingo, dia de pescaria, lá vou eu de caniço e samburá...
Bom domingo!
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