segunda-feira, março 28, 2005
O mundo virtual e o estar vivo.
Sempre viva. Foto Fernando Tasca.
Chovia a cântaros quando fui dormir ontem, parecia Macondo, pensei que teríamos cem dias de chuva, mas não, amanheceu um sol caliente. Abri o apartamento todo, deitei no sol, no chão da sala, e fiquei a pensar no blog.
Há menos de um mês criei este espaço e já mudou minha rotina, antes dormia até mais tarde, detestava acordar cedo, agora gosto de acordar cedo e dormir antes da meia noite. Meninos, como mudei... O mundo virtual me chama.
A ansiedade diminuiu, nas duas primeiras semanas eu “tinha” que postar, agora quero postar sem compromisso, se um dia não tiver vontade ou tempo, que diferença fará? Relacionei o meu encanto com o mundo virtual, num dos posts iniciais, com o encanto amoroso, talvez eu já esteja um pouco mais segura aqui, saiba que alguns leitores conquistados não me abandonarão. Na paixão, você “tem” que se fazer presente para garantir o amor do outro, é preciso estar junto todos os dias, reafirmar o amor todas as horas.
Tenho descobertos novos blogs, me surpreendo com a qualidade de alguns, há muita gente jovem escrevendo, alguns com talento para a literatura, outros pessoas interessantes. Descobri -o que não é surpreendente - que são poucos os acima dos 40 anos, é pena, porque, mesmo virtual, há encontros interessantes aqui. Tenho tido contato com pessoas que nunca imaginei esbarrar um dia, houve afinidade intelectual, aí fico a pensar como a literatura nos faz, nos reinventa, não seria o que sou sem as leituras que fiz.
Citei Garcia Marques hoje, um dos meus autores preferidos- quem leu “Cem anos de solidão” nunca esquecerá Macondo e os Buendia, passam a fazer parte do nosso imaginário. Eu li muito Garcia Marques, “O amor no tempo do cólera”, comprei em espanhol, li, depois comprei em português, tenho os dois, eu acreditei naquele amor e sonhei com um reencontro amoroso na maturidade, será que acontecerá? Já não sonho mais. “Homem maduro, coração duro”- Raduan Nassar em “Ventre livre”que postei aqui outro dia, viram como os livros nos fazem?
Voltando aos encontros virtuais, eu me pergunto: o que é virtual e não virtual nas nossas relações na internet?
Não saberia responder, e lembrando o que Guinhah comentou estes dias, pergunto: que importância tem este novo mundo virtual? Ainda não sei, apenas posso dizer que me sinto menos só, estou conseguindo escrever, me alinhavando, eu estava esgarçando. Estou viva. Por isto já valeu o blog e também pela alegria dos nossos encontros possíveis neste vasto mundo virtual.
Namastê.
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