terça-feira, outubro 23, 2012

Tom Jobim- última entrevista


Que foto linda! Amo Tom.



("Tom Jobim a última entrevista”, Rio de Janeiro - Jardim Botânico, 30/11/94 - Quarta-feira, das 10h30 às 13h20 - manhã ensolarada. Repórter: Walter de Silva e Fotógrafo: Carlos Mancini – para a Revista Qualis)

por Walter de Silva(*)

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A entrevista

Qualis - Fala um pouco da sua história.

Tom Jobim - Quando eu era garoto, eu passava as férias em Leme. Tinha aquela mata, aquele jequitibá, aquele pau-de-abraço... E a terra roxa com café e tudo. Leme, ali perto de Águas de Rio Claro, Pirassununga. Então, em 1932 a polícia pegou meu avô, e eu era pequeno, né, eu tinha cinco anos... Pegou meu avô e levou pro fundo da baía de Guanabara, onde tinha um velho navio, onde eles botaram os paulistas todos no porão.


Qualis - O seu pai era gaúcho?

Tom Jobim - Meu pai era gaúcho de São Gabriel. E o meu avô era paulista. A minha mãe era carioca. E eu nasci na Tijuca. Mas por acaso... Eu nasci na Tijuca por acaso porque faltou grana na família. Eles se mudaram, porque eles moravam em Copacabana, mas foram pra Tijuca pagar um aluguel mais barato, portanto eu nasci lá. Mas no ano que eu nasci eu já fui pra Ipanema. E Ipanema tinha aquelas dunas de areia, não tinha nada, tinha água limpa.


Qualis - Deveria ser maravilhoso...

Tom Jobim - Ipanema é um nome que vem de São Paulo. Isso pouca gente sabe porque o pessoal aqui... Ipanema quer dizer água ruim... Porque tem certos rios que são ipanema, como é que é? Eles têm, às vezes,


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