sábado, abril 17, 2010

"Le cœur est ce qui reste de moi..."




Fui à piscina ao entardecer. Li Barthes, amo. Pego o livro e abro ao acaso. Como estou lendo em francês alguns são mais difíceis- o de hoje foi mais fácil. Tenho o livro em português, quando fica confuso,
leio em português para elucidar.

A lua estava lá no céu ainda em azul- um fio, de longe tão frágil...
Tão bom mover-se na água, é gostosa aquecida pelo sol. Também gosto de água fria.
Gosto do efeito da água gelada- como banho de cachoeira.

Encontrei um trecho do que li hoje- é demais- eu me identifico em tudo- é o meu livro de cabeceira. Se precisasse, já disse, escolher apenas um livro para ir para uma ilha deserta, seria este-não me canso dele. Conheço desde que saiu aqui no Brasil- década de 80, comecinho. Dei para vários amigos- alguns não gostaram, pois é, nem todos aguentam tanta subjetividade.

Coeur, fragments d'un discours amoureux



CŒUR



Cœur. Ce mot vaut pour toutes sortes de mouvements et de désirs, mais ce qui est constant, c’est que le cœur se constitue en un objet de don - soit méconnu, soit rejeté.


Le cœur est l’organe du désir ( le cœur se gonfle, défaille etc., comme le sexe), tel qu’il est retenu, enchanté dans le champs de l’imaginaire. Qu’est ce que le monde, qu’est ce que l’autre va faire de mon désir ? voilà l’inquiétude ou se rassemble tous les mouvements du cœur, tous les « problèmes » du cœur.


Coração: Essa palavra vale por todas as espécies de movimentos e de desejos, mas o que é constante, é que o coração se constitui em objeto de dom - seja ignorado, seja rejeitado.
1. O coração é o órgão do desejo (o coração se dilata, falha, etc., como o sexo), tal como ele é retido, encantado, no campo do Imaginário. O que é que o mundo, o que é que o outro vai fazer com meu desejo? Essa é a inquietude que reúne todos os movimentos do coração, todos os problemas do coração.
Tradução daqui


Werther se plaint du prince de X : « il apprécie mon esprit et mes talents plus que mon cœur, qui cependant est mon unique orgueil.(..) Ah, ce que je sais, tout le monde peut le savoir- mon cœur je suis le seul à l’avoir.
Vous m’attendez là ou je ne veux pas aller : vous m’aimez là ou je ne suis pas. Ou encore : le monde et moi ne nous intéressons pas à la même chose ; et, pour mon malheur, cette chose divisée c’est moi ; je ne m’intéresse pas à mon esprit ; vous ne vous intéressez pas à mon cœur.


Le cœur, c’est ce que je crois donner. Chaque fois que ce don m’est renvoyé, c’est alors peu de dire, comme Werther , que le cœur est ce qui reste de moi, une fois ôté tout l’esprit qu’on me prête et dont je ne veux pas : le cœur, c’est ce qui me reste, et ce cœur qui me reste sur le cœur, c’est le cœur gros : gros du reflux qui l’a rempli de lui même. 

O texto em francês copiei daqui

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