quinta-feira, julho 30, 2009

Um dia vieram e levaram meu vizinho...




"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.

Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.

Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.

Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram;

já não havia mais ninguém para reclamar".

Martin Niemöller – pastor luterano alemão – 1933 (data presumida)




Este texto é sempre atual. Tão bom se todos conseguissem ver o que acontece ao redor...
Mas ignoramos por preconceito, por indiferença, frieza, por não querermos ver- a cegueira inconsciente.
Não percamos a ternura jamais, nem na batalha- já disse o Che, certíssimo.

Desde que a Florzinha desapareceu eu penso nisto. Penso que foi roubada. Como alguém pode ser indiferente ao sentimento do outro? Vocês precisam ver o gatinho como está quieto, nem come bem, mais, dorme o dia todo. Mia procurando por ela. Triste pensar que alguém possa tê-la tirado de nós, muita ruindade. Mas,commo diz o texto acima, um dia é nosso vizinho, no outro o outro vizinho, até que pode chegar até nós.
Para nós, hoje, é uma metáfora, uma triste metáfora.

Buenos dias para ustedes, yo me voy para la cocina ahora, cocinar, los hijos llegan en breve :).
Por que o espanhol me soa mais leve como língua? Ana, você que é argentina, sabe? Talvez a língua de
mi albuelo. Pode? meus antepassados, memória inconsciente?

4 comentários:

Denise disse...

O texto é maravilhoso,vc é linda e sensivel e a imagem é de perder ofolego.

lindo!

Chico Moreira Guedes disse...

Cara Elianne,
Acompanhei seu problema pelo SP, mas prefiro comenetar aqui. Estou solidário com a perda da sua gata querida. Mas considero que essa mensagem quem vc enviou aos seus vizinhos, tem, apesar da aparente doçura, quase melosa, uma dose de forte agressividade oculta. Abrir com um texto tão forte e famoso, pra mim totalmente fora de propósito nesse caso, e insinuando o roubo, vc está automaticamente colocando todos os seus vizinhos sob suspeição. Não me surpreende que alguém mais irritadiço, e certamente incomodado com o "doce desprezo" que vc dedica à sua vizinhaça, tenha reagido. Apesar da violêcia verbal da reação, certamente execrável, acho que há um toque de de bom humor nela, pela esclha da foto de cartoon, que por motivos óbvios, vc não consegue perceber.
Falo em "doce desprezo" porque fica óbvio pelos seus escritos que vc tem em relação a eles uma arrogâcia intelectual que nenhuma suposta "super simpatia" deve conseguir ocultar. Porque colocar-se ostensivamente como uma pessoa com valores totalmente diferentes dos deles,sem uma abertura para conviver e aceitar a humanidade menos sofisticada deles, é, vista da perspectiva deles, uma forma de arrogância e de extrema antipatia.
Sei que é um dilema difícil, quando nos sentimos realmente diferentes. Mas, como disse João da Mata no SP, viver em condomínio às vezes obriga um olhar para além da defesa pura e simples da nossa privacidade e das nossas idiossincrasias.
Pessoalmente, acho que em vez de chamar a polícia, é vc que deveria fazer um movimento pra desfazer a impressão de que desconfia de todos como potenciais ladrões da gata. Sem provas vc não pode acusar, mesmo que intua que houve roubo.
E acho que pode tentar entender a reação exagerada do seu vizinho em parte como o resultado de sua própria atitude.
Como diz o Budismo, todas as nossas ações têm conseguencias. Esse é o verdadeiro sentido de karma. Ele escreveu esse email execrável DEPOIS que vc invadiu a casa dele e dos outros vizinhos com uma suspeita generalizada de ladroagem, e numa linguagem que acentua sua "exclusão" em relação ao mundo deles.

Espero que consiga entender meu comentário como uma forma sincera de solidariedade crítica.
abraço,

Laura_Diz disse...

Caro Chico, a gata foi roubada por alguém que esteve aqui, pela festa, tenho certeza, pode ser um dos caras dos apetrechos que trouxeram, passaram o dia todo em frente a minha casa tirando som, churrasquinho, toldo... o síndico pensou o mesmo qdo soube do sumiço da gata.
O texto famoso lembrei pela indeferença que sinto aqui, uma vez jogaram um ovo na minha casa- não fiz nada, fazer o quê? ninguém quis saber- disseram logo que foram as crianças- com quem me dou mto bem-
depois a festa sem minha autorização na frente de minha casa- eu estou com problemas de saúde, foi o que eu disse para o síndico- além de dor de cabeça crônica, tenho fibromialgia e passo por um momento de depressão(não é pela gata), logo dói corpo e alma- se vc já sentiu algo parecido sabe o que é.
Há uma área de lazer lá no início do condomínio, longe da minha casa- era lá que eu esperava que fizessem a festa.
Outra coisa é dizer que eu me vejo superior aos outros, eu sou uma pessoa diferente, sim, porque sou extremamente sensível, tanto que este e-mail do vizinho me tocou e magoou muito. Mas escolhi viver no nordeste porque me agrada o nordestino, a simplicidade, a garra do autêntico nordestino.
Não sei se sou eu que os excluo, não- acho que são eles que me excluem, sou diferente deles, vivo só, não sou religiosa, gosto de ficar no meu canto- apenas isto. Sou diferente? sou, aqui ou em NY seria diferente. Estou ficando cada dia mais reclusa? pode ser, problema meu, não por isso mereço ser atacada.
E, saiba, todos os porteiros, peões, crianças do condomínio se dão bem comigo são meus amigos.
Sou eu que estou errada? não sei. Pode ser ao escolher viver numa casa num condomínio classe média.
Acho que vc não me conhece para dizer o que diz. Fui até seu blog e vi que é um blog para pessoas intelectualmente acima da média, não consegui acompanhar :),sou ignorante, se vc não sabe, sei mto pouco de literatura.
Elianne

chico m guedes disse...

Cara Elianne,
Peço desculpas se passei a impressão de querer falar do que não conheço.
Apenas me baseei nos textos que li para dar a minha opinião de leitor do SP, que vc implicitamente convidou quando trouxe a público alí a questão.

Repito que achei execrável a reação do seu vizinho, e que me solidarizo com perda da sua mascote querida.

Mas o mais importante é que vc parece já estar dando a volta por cima, como fica claro nos posts mais recentes aqui no seu blog. Desejo-lhe muita felicidade e paz. Como vc, acredito que é possivel se estar bem sem uma relação amorosa romântica.

Quanto ao HungriaMania, esclareço que não é um espaço confessional, como vc deve ter percebido, mas apenas um espaço onde compartilho meu interesse pela cultura e literatura húngaras com alguns gatos pingados que têm o mesmo interesse e curiosidade. É portanto um blog temático restrito, e, assim, naturalmente estranho a quem não tenha esse interesse específico, que é a maioria das pessoas.

abraço e tudo de bom