domingo, maio 17, 2009
Um dia a favor das crianças e adolescentes
18 de maio - Dia Nacional de Luta contra o Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
O que podemos fazer quanto à exploração sexual de crianças e adolescentes?
Penso o que dizer aqui, como uma voz pode mudar algo? Difícil, mas pode fazer eco.
Este tema é dos que mais me tocam. Por que? Porque crianças e adolescentes são seres em formação, sem a malícia dos adultos, e principalmente, sem recursos para se defender de possíveis ataques.
Quem os ataca? Os sedutores, os pedófilos, os irresponsáveis.
Eu era menina, seguia para o colégio sozinha, e alguns tarados, exibicionistas, abriam capas e mostravam o membro no meio das pernas em posição de destaque. Nunca fui abordada, porque saía rapidamente dali, aproximava-me de um adulto- fui orientada assim. Havia um Quartel dos Bombeiros por perto. Uma vez, lembro que apontei um homem que se exibiu para um soldado, este seguiu atrás dele, e eu em direção à escola. Isso aconteceu várias vezes. Década de 60- Curitiba. O Colégio ficava na Praça Rui Barbosa, Centro.
Hoje o quadro é mais assustador. Eu também tinha muito medo, mas a sensação era de que o sujeito só queria mostrar o troféu entre as pernas- e parece que eu tinha razão, para exibicionistas isto basta. Mas e hoje onde as crianças pequenas entram em sites na internet e falam com estranhos, que podem se travestir de meninos/as e seduzí-los falando sobre o universo deles?
Como evitar isto? A maioria dos pais estão fora de casa o dia todo.
Procure conversar com seus filhos, se você não falar de sexo, o vizinho poderá falar, ou um tio...
Não deixe seus filhos soltos demais, saiba sempre onde andam, controle- o limite também é amor. OK, você poderá ficar mais chato/a, mas quem sabe poderá evitar que seu filho/a se exponha mais?
Ensine seus filhos que não devem falar com estranhos, entrar na casa de desconhecidos, nem em carros, nem aceitar presentes.
Converse abertamente sobre o assunto, diga que existem pessoas más que parecem boazinhas, estas pessoas poderão se aproximar delas, tocá-las e pedir que não contem para ninguém. Prepare as crianças para possíveis abordagens.
Saiba que os criminosos, na maior parte dos casos, é da família ou tido com alguém de casa.
Desconfie se seu filho/a de repente ficar quieto demais, arisco. Observe se tem manchas no corpo.
Saiba com quem seu filho fala na internet, procure ver em que sites entra. Há sites disfarçados de desenhos infantis e são altamente eróticos, mesmo pornográficos. Seu filho pode estar buscando uma imagem e entrar num site deste tipo. Avise-o de que é melhor não acessar este tipo de sitio.
Conversar é o melhor remédio, sem ameaças, se for assustá-lo com castigos, ele não virá contar se acontecer algo, ficará em silêncio.
Se notar algo errado, procure uma ajuda, não basta contar para sua melhor amiga, procure os orgãos de defesa à infância e adolescência, ou um psicólogo, se estiver muito mobilizado/a com o que acontece.
Quantas vezes não é o próprio pai que se acha no direito de abusar da filha? Ou o padrasto, que na ausência da mãe, usa e abusa da filha? Conhecemos muitos casos em que o abuso é cometido pelos familiares.
Nunca duvide de seu filho/a se ele vier dizer que sofreu abuso. Pode ser fantasia? Pode, mas não o desacredite. Você precisará averiguar, observar com atenção. E procurar ajuda. Se a criança inventa uma coisa destas precisa de ajuda também, procure um psicólogo, se não tiver como pagar, vá a um posto de saúde, ou à Universidade mais próxima.
Um coisa que acontece muito nas classes menos favorecidas é despertar mais cedo a sexualidade das crianças nos ambientes promíscuos e pequenos. Os pais dizem: " A gente só faz sexo depois que eles dormem." As crianças podem dormir, sim, mas podem ouvir e ver também. Os pais fingem não saber.
Nas classes favorecidas, mesmo com o quarto reservado à criança, quantas vezes sabemos que os filhos ficam entre os pais, dormem na mesma cama, vêm de madrugada e os pais deixam, por cansaço.
Não é o melhor lugar para uma criança dormir. Além de perceber os pais fazerem sexo- sei que fazem ocasionalmente- pode também estar literalmente separando o casal. Usam a criança para não fazerem sexo. Melhor parar e pensar o que está acontecendo com a sexualidade do par.
Vamos procurar deixar as crianças serem crianças, nada de imitar Xuxa, Madonna, ou mandar um menino de oito anos beijar para garantir que seja macho. As coisas acontecem no tempo certo, a natureza se encarrega disto. Deixemos as crianças curtirem o mundo mágico e lúdico que precisam para virem a ser adultos criativos, sensíveis e sem perversões.
Pois, saiba, geralmente os criminosos sofreram violência sexual na infância, também precisam de ajuda para direcionar sua sexualidade de forma saudável.
Vejam aqui.
Foto daqui
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3 comentários:
Tema importantíssimo, e muito delicado!
Realmente esses tarados existem em toda parte! A sua história do homem da capa em Curitiba, me reportou à decada de 50 quando na Bela Vista, na Cidade de São Paulo, também tinha um. Mas naquele tempo era um ou outro caso! A maioria loucos conhecidos! Hoje a síndrome se alastrou e o número é impressionante. Esse é a meu ver, um dos crimes mais perverso e odioso, que merece uma atenção redobrada das pessoas, do legislador e da polícia!
Parabéns pela postagem.
Esse tema é importante. Agora,m com a internet. O perigo ronda a cada tecla.... Você está melhor?
Bjs
Oi,
Também postei para essa blogagem que considero super importante!
Os pais tem o dever de vigiar os filhos sempre, eles podem até ter tamanho (alguns) mas não deixam de ser crianças em formação e muitas ezes desisnformadas!
ótima tua abordagem.
Abraços
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