quinta-feira, fevereiro 12, 2009

"E que me faz mendigo, me faz suplicar..."



Esta é uma das canções* mais lindas que conheço. Adoro. Lembro de "Dona flor e seus dois maridos". Chorei na cena onde Sônia Braga lembra o marido ao som da música.

Esta noite sonhei com Chico Buarque, ulalá, já tive muitos sonhos com Chico, eu acho que é porque o amor mais intenso da minha vida era também Chico.
Meu inconsciente anda generoso. Havia sonhado com o príncipe estes dias. Um sonho que me fez pensar que eu nego o que sinto por ele :)até anotei o sonho, fiz um continho.
Nesta noite eu pedia ao Chico, que estava sentado num sofá num evento qualquer, se poderia sentar ao lado dele. Ele concorda. Depois de algum tempo nos beijamos e...não conto mais o resto, é íntimo. Na despedida ele diz que vai dormir na casa da irmã porque está só, eu peço o seu telefone- e, no mesmo instante, percebo que fui demais. Digo para ele pegar o meu número. Ele sai para ir ao banheiro. Eu aguardo insegura. Putz! eu sempre vou além, até nos sonhos.
Será que um dia aprendo? esqueço que me resta pouco tempo... impossível recomeçar a esta altura hohoho "vida minha vida, olhe o que que eu fiz..."(Chico)

Estou lendo o livro sobre o medo da morte, é interessante, pensei que fosse melhor, mas é tipo de auto ajuda, coisa que nunca leio, mas como é do Irvin Yalom...é um livro de reflexões boas, traz muitos filósofos, psicanalistas, psicólogos... Fez um apanhado do que foi dito sobre morte e fez o livro. Narra muitos casos clínicos, o que é gostoso de ler, mas torna o livro meio assim... sei lá. Sou péssima para comentar, tudo é tão subjetivo para mim.
E vida longa para meu querido Chico Buarque que me encanta em sonhos. Ai, lembro do dia que estive com ele e Raduan Nassar no auditório da radio Globo no Rio. Eu, na primeira fila, convidada de Raduan, não sabia para quem olhar- amo os dois. E os olhos de Chico? deslumbrantes- nunca vi iguais- é de um azul inesquecível. Ganhei um sorriso dele belíssimo, jamais esquecerei, quando disse que era sua fã desde "Estorvo", eu sabia que ele queria ser reconhecido como escritor, se dissesse desde a "A banda" aposto como não ganharia o tal sorriso delicioso. Tenho dedicatória dele no livro.


*O QUE SERÁ (À FLOR DA PELE)
Chico Buarque (Brazil) - 1976


O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores que vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

2 comentários:

Anônimo disse...

Leu o Carrasco do Amor? é de Irwin, muito bom.

Anônimo disse...

Adoro essa musica., muito linda mesmo!
Te contei que fui ler um livro de "autoajuda" no hospital, por que so tinha esses titulos na lojinha e escolhi o do Paulo Coelho- O Vencedor Esta Só- era o unico autor conhecido. Menina era a historia de um serial killer. Ainda bem, ele trocou de genero. Seria chaterrimo ler um de auto-ajuda.
Bjos,
Cam