domingo, janeiro 04, 2009

Des très bons livres...






Escrevi ontem:

Acordei mais tarde, a obra ao lado está parada, estão em férias coletivas. Fico pior quando acordo tarde, esquisita, triste. Amanheci lembrando do trajeto que fazia em Paris para ir ao centro. Preferia pegar um ônibus e descer no Opèra. Ia olhando a rua Rome com lojas e mais lojas de instrumentos musicais, pensava um dia descer ali, lembrando de meus filhos que gostam de música, mas nunca fui a pé, nem desci. Quis fazer muitas coisas e não fiz. Precisaria mais tempo.






Estou lendo, com ajuda do dicionário, um livrinho de Françoise Sagan que minha amiga me deu. Eu havia comprado Camus e M. Duras, ela achou, eu acredito, que este seria mais fácil, e é. Eu entendo tudo, leio umas duas vezes sem consultar o dicionário, depois vejo as palavras, muitas eu já sabia o que significava. Sagan foi uma mulher moderna. Este livro tem entrevistas e pequenos textos dela.


Depois das três fui pegar sol e fazer meus exercícios, foi bom porque não havia ninguém, não tem mais sol na piscina, o que espanta os que sentem frio, mas não é fria, imaginem... aqui é difícil fazer frio.
Lia o livro da Sagan onde ela fala sobre os leitores de livros, como uma família, uma comunidade de anônimos, mas que tem coisas em comum. Por que escolhemos ler os mesmos livros? Por que não vivemos sem livros? eu não vivo, posso demorar para ler algumas vezes, mas vivo rodeada por eles, amo livros. Talvez seja o objeto que mais amo. Ela diz que depois de uma infância morna, de uma adolescência efervescente, talvez os livros sejam os melhores presentes da vida- algo assim.
Lendo o que ela diz me deu uma tristeza profunda e quase chorei de verdade. Senti uma grande solidão. Realmente o mundo se abre para nós.
Cada dia mais sinto que me distancio das pessoas porque tenho outros interesses. Aqui, no condomínio, hoje houve duas festas, falam muito alto, ouvem música alta. Eu fico em casa ouvindo jazz ou algo tranquilo rodeada pelos gatos.
Hoje observei-os na varanda, cada um de um lado, olhando para fora.

Sou um pouco como os gatos, olho à distância, gosto do meu canto.

2 comentários:

Anny disse...

Gostei do seu blog, do seu jeito de escrever. E também de suas impressões sobre o entorno. Estou aprendendo a amar os gatos.
Ah, adoro jazz.

Anônimo disse...

qual o nome do livro e onde encontrá-lo?abs.tertu
p.s.qdo puder,vá ao blog.