Pronto socorro
O coração partido doía na sala de espera fria.
Veste preto, não pelo luto, mas porque gosta.
A mulher de rosto amável vem e diz:
“Preto e vermelho, minhas cores preferidas”.
Minhas também, ela responde, mostrando a bolsa rubra.
Na salinha de exames, as lágrimas brotam ao dizer o porquê está ali:
“O coração dói, morreu o amor da minha vida”.
A mulher de rosto amável, se consterna. Conversam sobre amores perdidos.
Mais tarde o médico entra.
“Bom ver alguém que chega nos oferecendo a mão. Você não é daqui?” Ela diz.
“Não. Você acertou”.
Saiu da sala de exames sem a prescrição de remédio que queria- algo que lhe arrancasse a dor.
Contou o que precisava. Ganhou um belo sorriso e pode esquecer, por um tempo, o amor perdido.
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