domingo, junho 15, 2008

Pronto socorro




Pronto socorro


O coração partido doía na sala de espera fria.

Veste preto, não pelo luto, mas porque gosta.

A mulher de rosto amável vem e diz:

“Preto e vermelho, minhas cores preferidas”.

Minhas também, ela responde, mostrando a bolsa rubra.

Na salinha de exames, as lágrimas brotam ao dizer o porquê está ali:

“O coração dói, morreu o amor da minha vida”.

A mulher de rosto amável, se consterna. Conversam sobre amores perdidos.

Mais tarde o médico entra.
“Bom ver alguém que chega nos oferecendo a mão. Você não é daqui?” Ela diz.

“Não. Você acertou”.

Saiu da sala de exames sem a prescrição de remédio que queria- algo que lhe arrancasse a dor.

Contou o que precisava. Ganhou um belo sorriso e pode esquecer, por um tempo, o amor perdido.

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