quarta-feira, abril 23, 2008

Uma escritora

Esta moça, e não eu, escreveu isto:

Sexta-feira, Abril 18, 2008

As pontas dos dedos

Às vezes, por aqui, não tenho muito a dizer. Mas, estranhamente, eu sento para escrever. Geralmente, quando escrevo, escrevo ficção.

Estava pensando como me coloco à disposição do outro, no texto, à disposição dos personagens. Eu tenho uma vida real e outra virtual. Meus pensamentos se bifurcam. Tenho compromisso. Me sinto impelida. Não falo do que escrevo até que esteja pronto. Não gosto de ninguém me dando palpites. Me dizendo pra me divertir mais. Pra sair mais. Eu me divirto com o que faço, sinto prazer. E se quem faz o mesmo e não sente prazer é porque talvez, não tenha vocação para o mesmo.

Você não diz: Vou ser escritor. Você é. Você acorda e dorme assim. Você some das vistas dos conhecidos sempre que a ficção lhe requisita. Você tem seu tempo e pensamentos usurpados pelo desejo de contar uma história.

Você se torna assexuado. Você não quer encontrar ninguém. Você não quer "curtir" a vida.

Por quê?

Porque você já está cheio de vidas, de alegrias, de tristezas, de mortes, de questionamentos.

Você se reparte em dezenas. Seus pensamentos se multplicam. Sua realidade duplica.

O escritor não precisa compartilhar em conversas, ele compartilha em silêncio e em letras. O escritor quando transborda... não suporta nada além do que já carrega em si.

Vejo por aí... que muitas pessoas querem ser... mas não carregam nenhuma bomba dentro de si. Falam mais que escrevem. Bebem demais e sorvem de menos.

É aquilo... quando pensamos não ter nada a dizer... a ponta dos dedos dizem para nós.


*That´s all folks*

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