quarta-feira, agosto 08, 2007

Falo à toa...


Daniel Boudinet , Polaroid, 1979*



"Nestes breves instantes em que falo à toa, é como se eu morresse. Porque o ser amado se torna um personagem de chumbo, uma figura de sonho que não fala, e o mutismo, em sonho, é a morte. Ou ainda: a Mãe gratificante me mostra o Espelho, e me fala:
"É você". Mas a Mãe muda não me diz o que eu sou: não tenho mais base, flutuo dolorosamente sem existência".
Roland Barthes em "Fragmentos de um discurso amoroso".


Eu acredito que este seja o livro que eu mais gosto entre tantos. Por que? Porque fala do lugar do enamorado, tem trechos de livros que e gosto ('Werther', por ex.), fala de psicanálise, Freud, Lacan, Winnicott- que é um dos meus psicanalistas preferidos- era de uma grande sensibilidade e capacidade de transmitir o que pensava, que poucos têm.
Se eu fosse para uma ilha deserta levaria o meu livrinho que já está gasto de tanto uso, é da Ed. Francisco Alves.
"Camara clara" é outro livro de Barthes, fantástico, fala da fotografia.
Ah! e esta Mãe muda é a que faz o filho depressivo, ou psicótico ou neurótico grave. Ficará sempre o vazio...um grande buraco.

*Esta foto acima é a que abre o livro de fotografias.

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