segunda-feira, agosto 06, 2007

Eu queria o silêncio...






Ontem eu falei de amigos, e disse que estou fazendo amigas aqui. À noite quando liguei para uma delas, querendo saber dela, estava preocupada, ela mora só, e por que não apareceu ontem para a gente tomar um café (havíamos combinado na véspera), foi extremamente agressiva. Até sobre minha justificativa por estar na minha estes dias, (eu não falava com ela desde domingo quando estivemos juntas), disse que eu devia fazer um tratamento, afinal eu sou psi, estas coisas. Foi agressiva. Eu engoli porque ela é bastante complicada e eu quis poupá-la, respondi delicadamente- eu odeio brigar. Mas fiquei chateada. Eu gosto dela, é uma pessoa culta, interessante, boa de papo, conhece muito artes plásticas e cinema( já dirigiu uma cinemateca em São Paulo), eu gosto. Aí, me dá insegurança em relação às pessoas, eu sou muito aberta, espontânea- vocês sabem- e fico achando que preciso ficar mais na minha, me expor menos. Pois é...
Ai, como cansa... Eu ando a fim de ficar em silêncio estes dias- estive muito triste, falei disto. Ela quer sair, não fica um dia em casa, tem que sair, toma uma medicação que a deixa animada- eu não gosto de tomar nada :) Quer que a leve para comprar um computador- ainda não tem- eu quero ir, já fomos ver os preços, só que estes dias eu não quis nada disto. Às vezes, acho que sou difícil mesmo de ser compreendida, as pessoas querem sempre o outro à disposição e eu não me coloco disponível o tempo todo. Detesto ser forçada a fazer coisas que não estou a fim e não gosto de sair todos os dias. Além do mais, sair para ir onde? Ao 'Shopping'? me poupe. O único lugar onde me sinto bem aqui é na livraria-cafeteria, nos outros lugares não há nada para fazer, ali eu leio, fico sabendo o que é editado. Ah! e eu adoro praia à tarde e não encontro aqui uma pessoa legal que goste de praia. Acreditam? A praia só é freqüentada por gente de fora. Potiguares não gostam de praia, não gostam de se bronzear. Eles caminham, muitos num calçadão, ou aqui perto da minha casa numa rua cheia de poluição.

Lembrei de minha melhor amiga de anos, estes dias tenho lembrado dela, andei sonhando também. Foi uma relação de amizade linda durante anos, até que ela casou com um cara insuportável, não sou eu só que acho- é o homem mais antipático que eu conheço (divide o troféu com meu ex cunhado) daqueles que fazem questão de ser grosseiros com todos o tempo todo. Era absolutamente indelicado comigo- devia ter ciúmes de nossa relação. Quando ela o conheceu, eu acompanhei todo o romance, ela não queria namorá-lo e eu dei força, a mãe dela também, ele tem grana, é bonitinho, morava na Delfim Moreira em frente ao mar... Pois é, ela acabou 'casando' com ele e depois eu presenciei cenas bastante desagradáveis, onde ele a subestimava. Esta amiga foi uma das mulheres mais bonitas que eu conheci, inteligentíssima, criativa, cheia de talentos. Eu a admirava muito e ela a mim. Até o dia em que foi muito grosseira comigo, ela era muito mimada, era desligada, egoísta em relação aos outros, mas comigo, não, preservava a nossa relação. Esta amizade foi de 70 até 2001, imaginem...Fizemos PUC juntas e vivíamos juntas. Nossos namorados conviviam, estas coisas. Pois é, aí ela foi tão grossa comigo um dia que eu 'a matei'. Sofri a perda, chorei muito. Aí, uma vez me ligou, quando morreu uma outra amiga nossa, eu vi no celular, e não atendi. É uma pena. Acho que ela tinha uma coisa de se grudar nas pessoas, meio camaleoa, sei lá, não quero falar mais. E agora pegou o jeito do sujeito (marido), que é arrogante em excesso e meio paranóide. Eu continuo amiga da família dela,mas não quero falar com ela- acho que tenho medo de que a minha amiga, aquela que eu amava, tenha morrido mesmo. Eu mudei muito pouco estes anos todos, em essência, mas há pessoas que mudam e muito. Que pena!





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