O corpo fala

Ontem passei a tarde lendo "O corpo fala: Aprenda a Captar os Sinais de Alerta"* de Patrícia Foster.
Não é um livro maravilhoso, mas é interessante. Ela pediu para 20 escritoras conhecidas falarem sobre o corpo feminino. Imaginem, mulheres escritoras falando do próprio corpo. São 20 ensaios. Há histórias muito especiais ali, outras meio bobas, como nós, afinal...
Judith Hooper fala de sua experiência com o câncer. É um depoimento rico de informações, você fica sabendo mais sobre o câncer- o que acontece no corpo com a doença e, lógico, o processo psíquico vivido por ela. Judith se refere a um documentário, de Richard Attenborough, que eu não conhecia, sobre Madre Teresa de Calcutá, e que tem o poder de ajudar pacientes com baixa imunidade. Vocês acreditam? Pois é, Madre Teresa deve passar força, esperança, entendi isto. Conta que a madre foi conversar com embaixadores pedindo trégua na guerra do Iraque para que as freiras pudessem atender as crianças doentes. E houve a trégua. Neste momento Judith diz que passou a acreditar que o seu quadro poderia reverter, tudo é possível. "Durante um brevíssimo momento fui o que os índios americanos chamam de um "arco sagrado" e meu medo desapareceu (medo da morte)".
Outra história, muito interessante é de Kathryn Harrison, o título: "Mais denso que a água", traz lembranças de infância, com o banho com a mãe, o abandono da mãe, a sensação de impureza do corpo lavado até machucar. Gostei muito deste relato, até fiz um continho baseado nele.
Tem muito mais no livro, acho que vale a pena ler. Falam do excesso de implantes, do aparecimento das rugas, da dificuldade em se ver mais velha, da negação do corpo, da sexualidade. Leiam e me digam se gostaram. Ler é sempre bom, não é?

*Existem outros livros com este título: "O corpo fala", lembro que já li há anos um de Thérèse Bertherat, sobre anti- ginástica, ou 'corpo análise', não esqueci e tem mais...
Anti ginástica é fantástico, conhecem? Fiz na década de 80, era chic fazer, e eu era sempre adepta das novidades...Dizem que o Chico também fazia lá com a Gerry Maretzki, ali na rua Redentor, eu fiz logo depois dele. :) ai ai, sou tão boba, né? tsc tsc tsc é para distrair.