sexta-feira, março 09, 2007

Dia Internacional da Mulher




















Camille Claudel, mulher maravilhosa, artista extraordinária, que foi vítima de um amor louco e do abandono da sociedade(família inclusive). Quando vi a expo dela no Rio, fiquei tão perturbada que tive que me sentar e esperar passar a emoção para ir embora. Beleza e dor.

Dia Internacional da Mulher

Quando eu era adolescente, até bem mais, eu dizia que devia ter nascido homem. Queria ser livre como os homens. Sempre fiz o possível para ser livre. Lógico que a história de vida atrapalhou, amarrou um bocado, mas eu não me arrependo de ter tentado ser dona do meu nariz desde muito cedo.
Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Pois é, as mulheres precisam de um dia para serem lembradas, para dizerem que querem os mesmos direitos que os homens, para gritarem que não aceitam mais serem violentadas em silêncio, amordaçadas.
Hoje eu me sinto feliz por ter nascido mulher. Acredito que somos mais fortes que os homens, mais corajosas, mais generosas.
Aposto como se tivéssemos mais poder, o mundo seria melhor. Uma salva de palmas para nós, mulheres. Para todas: para as fortes, as corajosas, que se expõe, dão a cara à tapa; e para a outra, frágil, acuada de medo.
É preciso criar espaço para que todas possam falar e, como somos generosas, para que possamos ouvir o que os homens têm para dizer. Parece que andam com medo de dizer o que sentem, afinal eles também sofrem diante desta mulher que se renova a cada dia e os surpreende.

Lembrei de "Mulheres de Atenas"
Chico disse que estava sendo irônico, mas não sei não. Homens... :)
mas eu ouço com ironia, lógico.

Aqui tem Vinícius que conhecia bem as mulheres, amava as mulheres.

Aqui tem um trabalho de uma psi sobre mulheres, só passei os olhos, não assino embaixo, não li com atenção. Mas fala de coisas que todos os psis falam.

Achei este poema de Carlos Drummond de Andrade:


Indagação

Como é o corpo?
Como é o corpo da mulher?
Onde começa: aqui no chão
Ou na cabeleira, e vem descendo?
Como é a perna subindo e vai subindo
Até onde?
Vê-la num corisco é uma dor
No peito, a terra treme.
Diz-que na mulher tem partes linda
E nunca se revelam. Maciezas
Redondas. Como fazem
Nuas, na bacia, se lavando,
Para não se verem nuas nuas nuas?
Por que dentro do vestido muitos outros
vestidos e brancuras e engomados,
Até onde? Quando é que já sem roupa
É ela mesma, só mulher? E como que faz
Quando que faz
Se é que faz
O que fazemos todos porcamente

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