sexta-feira, julho 28, 2006
Preciosidade.
Este mundo virtual me surpreende às vezes, vejam o que achei no blog de uma amiga virtual, uma brasileira que vive no México.
Ela assina Jardinière e tem um outro espaço, só seu 'Jardim das delícias' confira aqui. A minha mãe tinha um livro que tinha este nome, não sei se era de Tagore ou outro, eu sabia uns poeminhas daqueles de cor, era adolescente, adorava, copiava, taí deve ser por isso que gosto de textos curtos.
Fragmento 1 (ela)
Sobre a calçada, uma mulher espalha seus baldes de flores. Há rosas amarelas. Você sabe que sempre gostei dessas. Não creio nas flores como mensagem, ou não poderia nunca querer receber de você essas rosas amarelas. Dizem que são as piores. Inveja. Rancor. Talvez mais obstinadamente, por isso mesmo, as quero. Como um desafio às linguagens estabelecidas deste mundo. Como uma linguagem nossa, própria. Nosso mundo. Mas que mundo? O amor é exílio. Nos arranca do 'mundo'. 'Deste mundo'. Quero falar com você com uma voz de rosas amarelas.
Fragmento 1 (ele)
Sobre a calçada, uma mulher espalhou seus baldes de flores. Vejo que há rosas amarelas e penso que, se você passasse por aqui, certamente iria notá-las: sei que esperando que eu te desse rosas amarelas. Eu nunca te dei flores. Não creio nas flores como mensagem. E, ainda assim, hoje queria te dar essas rosas amarelas. Fazer com que elas te falassem com a minha voz. Fazer chover rosas amarelas sobre você - pétalas, talos, folhas; os espinhos, não. Mentira. Os espinhos também. Sobretudo os espinhos. Quero falar com você do meu rancor sob a forma de rosas amarelas.
Escrito por jardinière el vineri, iunie 30, 2006 a las 2:15 PM
PS: Eu quis dizer' Jardim das carícias' e não das delícias :) é um texto áraba, sim, eu acho, de autoria desconhecida, são lindos os textos, vou ver se acho para colocar aqui alguns.
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