terça-feira, julho 11, 2006
No límite.
Acabo de ver "Crash- no limite" ufa! que filme... dói saber que todos nós 'no limite' somos capazes de repetir os atos daqueles sujeitos. Gostei muito. Inteligente, enxuto, faz pensar, é dos filmes que gosto. Esta questão do preconceito é seríssima, nós temos o preconceito entranhado, é preciso exercícios para não sermos preconceituosos, eu converso muito com os meninos aqui, e eles algumas vezes me dizem:"Mãe, isto é preconceito" e é. Difícil não achar que já sabemos como os outros são, se comportam- acontece muito com empregadas domésticas: "São todas iguais" , é frase corriqueira.
Três cenas me emocionaram: aquela em que o policial que havia alisado de forma abusiva a mulher, tenta salvá-la heroicamente; a cena da mãe dizendo ao filho que não o quer perto, enganando-se em relação ao filho morto; a da personagem de Sandra Bullock abraçando a empregada numa solidão que eu conheço.
Houve um momento da minha vida que eu me senti 'no límite'. Mas eu consegui forças, descobri que há uma força em mim que eu desconhecia. Não sou frágil como pareço algumas vezes. Depois de transpor 'o limite' me sinto melhor, passei a ver o mundo com olhos mais tolerantes, sentir a morte mais perto, vê-la com certa tranqüilidade, eu acho que eu não tenho medo da morte, será que me engano? No ano passado eu tive uma dor de cabeça tão forte que pensei que estava morrendo, estava só, melhor, teria assustado os meninos, fui até a cozinha tomei uma aspirina e deitei, foi uma dor aguda, acreditei estar tendo um aneurisma, a dor passou, no dia seguinte fui ao médico- neuro- fez um exame completo, me fez caminhar na sala, andar de olhos fechados, sei lá, nem lembro, fiz uma tomografia também e não havia nada errado comigo, ainda bem. Mas que dor.
Linda a cena do filme onde o pai coloca uma capa imaginária na menininha tão linda, lembrei de minha sobrinha, ontem passou a tarde comigo, é uma graça, quando chegou eu estava no meu quarto, ela sentou na cama e olhando para um quadro disse:
"De quem é este quadro, tia?" "Volpi", respondi. Ela:" Eu conheço, estou estudando ele, mas o que eu conheço é diferente deste, tem amarelo, roxo..."
Depois ela disse:'Tia, o gato dorme de olhos abertos?" Respondi que não, ela:"Então dorme de olhos fechados como os humanos."
É uma graça, adoro, tem quatro anos, faz cinco em novembro. Fiz massa de modelar para brincarmos, eu faço com farinha, brincamos de cozinhar, fazer bolos, espetinhos, ela fez espetos de coração de boi :) Muito linda, ficou com formato de coração, na hora ela disse: " É coração este, tia". Amo de paixão, e é tão linda, uma boneca, não coloco aqui porque não gosto muito de fotos aqui, sei lá...A mãe dela é linda, lembra muito Cláudia Cardinale e o pai também é uma graça, meu irmão querido, é bem mais jovem que eu, e eu ajudei a criar, aquelas coisas...
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