quarta-feira, junho 28, 2006

O meu branco e o de Lygia Bojunga Nunes e Tomie Ohtake.





















Acordei sem querer acordar, aqueles dias em que "a gente se sente como quem partiu ou morreu"
Deixei ontem do lado da cama um livro que eu gosto muito, achei ontem depois de 3 anos, sabia que estava em algum lugar, estava num armário na sala, coisa de Bethânia, não imaginei que pudesse estar lá. Este livro me fez chorar quando li "Sete cartas e dois sonhos"** de Lygia Bojunga Nunes*** com pinturas de Tomie Ohtake*, editado pela Berlendis & Vertecchia. É lindo. É de uma série de livros infantis. Conta a história de um menino que tinha um amigo vizinho e pintor que lhe falava das cores, das emoções ligadas as cores. O amigo morre, etc e tal. Se acharem comprem, a última vez que procurei achei com outras ilustrações, uma pena, nem lembro de quem eram.
Logo no início tem um trecho onde o menino diz:
"De noite, quando eu fui dormir, fiquei esperando , esperando, esperando. Nada. Só aquele branco todo: eu nunca pensei que o silêncio fosse assim tão branco; e ai, sim, eu vi mesmo que o meu amigo tinha morrido e que o branco doía mais que o preto, que amarelo nem se fala, doía mais que qualquer cor."
Não é só a morte que no deixa assim no branco, o abandono, o esquecimento, também.

* Vi agora na Internet o Instituto, UAUUUUU, maravilhoso, vão conhecer, vocês ai do sudeste. Fica em São Paulo- dá inveja dos paulistas nesta hora, vocês têm tantas possibilidades em termos culturais. Mexam-se, vão passear, ver exposições- eu adoro.
** Descobri que o livro agora chama-se" Meu amigo pintor" e tem olustrações de outra pessoa, uma pena, eu já havia ouvido ou lido algo à respeito, até comentei num post no ano passado, mas quem disse que eu acho? me perco nos meus escritos :)

*** Leiam:
"Tendo recebido anteriormente em Cambridge, na Inglaterra, o prêmio HANS CHRISTIAN ANDERSEN, concedido pelo Comitê Internacional do IBBY (International Board on Books for Young People) e, posteriormente, na Alemanha, o prêmio criado para comemorar os 700 anos da célebre lenda do Flautista de Hamelin: "Rattenfanger Literatur-Preis",
agora Lygia Bojunga recebe em Estocolmo o maior prêmio mundial jamais instituído em prol da literatura para crianças e jovens: ALMA(Astrid Lindgren Memorial Award),
criado recentemente pelo governo da Suécia".

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