quarta-feira, abril 12, 2006

As moças da Daspu desfilam na Paulista.


















Vejam aqui e leiam

aqui
,mas me digam, sou eu que sou grilada ou este oba oba cheira a um certo preconceito, não seria uma exposição excessiva delas como bichos raros ou exóticos? sei não...
estas roupas mostradas nestas fotos são tão estranhas...é para ser mesmo, não é? então o que elas querem? elas querem ganhar espaço, reconhecimento e dinheiro. E a mídia o que quer? dinheiro, espaço e visibilidade, então eu vou ficar quieta porque não tenho nada com isto, né? :)

11/04/2006 - 14h06

Prostitutas da Daspu param o trânsito da rua Augusta em SP

Reuters

Frases divertidas e irreverentes nas camisetas da marca Daspu


Por Fernanda Ezabella

SÃO PAULO (Reuters) - Garotas de programa desfilando pela rua Augusta, na noite de segunda-feira, não deveriam ser motivo de tanto barulho, uma vez que a região é famosa pelas casas de massagem e boates de strip-tease com coloridos letreiros de néon.

Mas, graças a um batalhão de fotógrafos e jornalistas que seguiram as mulheres pela calçada, formando um grupo bem maior que o das próprias prostitutas, o desfile parou o trânsito da famosa rua do centro de São Paulo.

O evento foi organizado pela Daspu, marca de roupa carioca criada por garotas de programa da ONG DaVida, para apresentar as novas peças de sua coleção. Foi o primeiro desfile aberto em São Paulo e contou com garotas recrutadas na própria noite da cidade.

"Fiquei surpresa, porque aqui elas (prostitutas) aceitaram numa boa, adoraram a idéia de desfilar. No Rio, quando vamos na zona procurar gente para o desfile, elas fazem doce, talvez por causa da família, que não sabe que elas são garotas de programa", disse Jane Eloy, modelo oficial da Daspu.

"Acho isso ótimo, porque está acabando o preconceito, elas não têm vergonha", continuou. "Fora que é em São Paulo que vendemos mais. Acho que é por causa do trocadilho com Daslu, paulistano não gosta mesmo da Daslu", observou Jane, citando o templo do luxo de Eliana Tranchesi, que chegou a ameaçar entrar na Justiça por causa do nome Daspu.

Desde o final do ano passado, quando começou a desfilar no Rio, Jane contou que sua vida mudou. O preço de meia hora de programa na Praça Tiradentes, centro da cidade, mais que dobrou e ela agora finaliza um livro, ainda sem editora, mas já com nome, "As Histórias Reais de uma Prostituta Sem Limites".

A estilista Rafaela Monteiro, que fechou uma parceria com a Daspu há apenas algumas semanas, criou três vestidos para a coleção -- um deles um tomara-que-caia de malha preto -- e uma camiseta branca imitando a da seleção brasileira, com o número 69 nas costas e a frase na frente "ser brasileiro não é para principiante".

"Eu digo que sou estilista, e não prostituta. Eu faço caridade, eu dou de graça", brincou a estilista no camarim improvisado, referindo-se ao fato de não cobrar nada pelas peças criadas.

Ela conversou com os jornalistas no camarim montado em um hotel em frente ao Vegas Club, uma boate fora dos padrões das casas da região, frequentada por moderninhos de São Paulo.

Após o desfile pela calçada do hotel, as modelos atravessaram a rua, parando o trânsito enquanto fotógrafos e cinegrafistas registravam tudo. Na sequência, entraram na boate lotada, arrastando os jornalistas, entre eles editoras de moda que normalmente sentam na primeira fileira dos desfiles da São Paulo Fashion Week.

"Era uma coisa que todo mundo em São Paulo estava aguardando, por isso toda essa empolgação. Uma coisa assim, com esse humor, com esse nome, só poderia ter surgido no Rio", disse o estilista Mario Queiroz. "As produções autorais, que a gente vê na rua mesmo, são mais chocantes. Mas achei superimportante, a moda é inspiração, e dava pra ver alegria na cara dessas meninas."

Ao final, as modelos retornaram ao camarim para tirar as roupas do desfile. Algumas voltaram para dançar ao som da funkeira Deize Tigrona, no Vegas, outras foram trabalhar, como foi o caso da stripper Rosana Cardoso, 24 anos.

"Achei o máximo, principalmente quando todo mundo começou a gritar para mim e eu a gritar de volta. Mas agora é se trocar e trabalhar", disse Rosana, que seguiu para a Nova Babilônia, casa vizinha ao Vegas.

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