Esse lindo poema é de uma amigo querido que morreu antes dos 30 anos com doença de Chagas
Eu era sua musa. Nunca tivemos nada! Mas ele fantasiava uma Elianne para estar enamorado e escrever. Eu o conheci no colégio, antes do ensino médio, em Cabo Frio. Tenho muitas coisas dele. Estudávamos em minha casa no ensino médio, comíamos pipoca, lembro. Eu aprendi a gostar de cálculos com ele. Fazíamos juntos os exercícios de Integral e Derivada.
Ele casou, teve uma filha, a mulher descobriu nossa amizade- ele não contava- tentou me constranger, mas eu não tive NUNCA absolutamente nada com ele, não cedi- ela queria os escritos dele. Pegou uma carta minha para ele. Ainda bem q foi uma minha... porque ele era exagerado no afeto por mim. Tudo platônico e no imaginário!
Gostaria que a filha pudesse ler os poemas do pai, parece que foram viver nos EUA.
Sim, tenho muitas história para contar.
O nome dele era José Geraldo Pimenta, O Pim.
Lizete Trindade Saborearte Buffet o conheceu, estudamos juntos.
Ele era um gênio, Era o melhor aluno da cidade, imagino.
Uma professora minha de Letras- entrei primeiro para Letras, na PUC-Rio, 1970, leu uns contos e poemas dele e disse que seria o futuro Drummond. Não viveu para isso e como tinha que sobreviver, era engenheiro, acredito que mesmo vivo abandonaria a literatura.
Estudávamos em colégio público, a família dele tinha poucos recursos.
Um dia viajando do Rio para Cabo Frio- fiz essa viagem todas as semanas durante oito anos- conheci um irmão dele, Jorge.
Ele lembrava vagamente de mim, conversamos bastante, mas perdemos o contato. Ainda não haviam as redes sociais, que facilitam a comunicação.
Soneto
José Geraldo Pimenta
Não me dê muita força
às pobres asas
para que o sol danado
acabe derretendo.
Não me dê muito apego
aos pés vadios
para que um caminho novo
me carregue a labirintos.
Não me dê muito afeto:
sou dos que se entregam
por um preço baixo.
Não me dê muita luz:
sou dos que se batem
como uma borboleta em frente à lâmpada.
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