Ontem eu coloquei a foto da casa dos Moreira Salles ilustrando o texto do Contardo. Conheci a casa dos Moreira Salles já Instituto. Fica na Gávea, muito perto da PUC, onde eu estudei. É uma bela casa, mas muito 'fria', muito mármore, torneiras douradas, espaços grandes. Imagino os meninos ali (João, Waltinho...)*, imagino o Santiago. Imagino a Elisa, solitária. Eu não gostaria de ter vivido ali. Talvez eu tenha esta impressão pela história deles, dramática. Mas a morte da mãe não foi ali, foi em outro lugar.
A casa lembra, lógico que em menor proporção, a nossa casa em Cabo Frio, era moderna, 3 salas grandes- 6 quartos, escritório, etc e tal. A sala da frente tinha 7/11 metros.
O casarão dos Moreira Salles tinha área de lazer, lembra uma casa de nobres, a minha não, a nossa casa ocupava grande espaço, não éramos ricos.
Meu pai foi um menino pobre. Repetia, sempre, que nunca ganhou um brinquedo- o pai morreu quando ele tinha 6 anos, foi criado pelos irmãos mais velhos, filhos de uma tia. Minha avó casou com o cunhado , que ficou viúvo da irmã, coisa bastante comum na época.
Conhecem a piada do cara que está morrendo e diz para a mulher, que ficará viúva:" Minha esposa querida, não acabe sua vida só, case com um bom homem, para educar melhor nossos filhos".
Ela responde:" Não se preocupe, meu marido, já estou de olho no Cráudio."
Poderia ser Cláudio, mas eu escutei muitas vezes assim, errado.
O Instituto é muito bonito e interessante. Tem uma confeitaria(seria lanchonete?), tudo muito chic. Há um espaço , no subsolo, onde havia uma exposição de fotografias. É um lugar que todos devem conhecer. Transpira cultura ali.
Muitos antipatizam com os filhos do banqueiro, eu sei. Muita gente não gosta dos meninos ricos. Pois eu simpatizo com eles, há muitos anos. Minha amiga Maria, que tem o Projeto Educar Dançando, falava muito bem deles. O marido dela dava aulas de matemática para os meninos na casa da Gávea. E, eu penso, eles poderiam ter tido caminhos diversos, terem sido 'play boys', não o são. Em Ipanema, anos 70, Waltinho chegava, ali na praia da Farme, como qualquer um de nós, se misturava ao grupo, onde havia uma namorada, eu o via de longe- tão bonito. Ele namorava (namorou anos), Maria Helena, uma loirinha que fazia capas de revistas na época-revistas femininas. Era muito doce e linda também, irmã de uma colega minha da PUC.
Aí, eu sonhei com meu pai e minha mãe esta noite, acho que foi a lembrança da casa. Foi um sonho revelador para mim. No sonho minha mãe fala emocionada sobre as últimas palavras do meu pai para ela. Na realidade, as coisas foram bem diferentes, ela se separou dele quando ele tinha 70 anos, por aí, (ela tinha 13 menos), e nunca mais se falaram numa boa. Não conto mais, ela está viva, vou respeitar. Foi um sonho de realização de desejos, diria Freud.
O outro sonho desta noite, eu estava num grupo grande, uma festa, e várias pessoas me diziam que um blogueiro queria me ver, me conhecer- José Alceu(?), eu não sabia quem era. Quando acaba a festa, dizem que ele me procurou várias vezes, e eu dizia que não sabia quem era. Então, aparece um homem, com um rosto, meio Belmondo, assim meio feio, amassado, mas charmoso, e diz coisas amorosas para mim.
Quem seria? ainda não descobri- ele era de São Paulo, eu descubro no sonho- interior de S P.
José Alceu, lembra Dirceu- ouvi o nome dele ontem na Tv, José, era um tio meu...
Bom, mas vou poupá-los das minhas associações esdrúxulas aqui. Farei sozinha, :)
*Eles têm um irmão Fernando, mais velho, filho de uma Matarazzo e outro que segue o caminho do pai- ficou no seu lugar no Banco- Pedro.
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